24 outubro 2005

NÃO!

Foi que dissemos ao Brasil, NÃO! NÃO a uma sociedade sem armas, NÃO à possibilidade de menos mortes por arma de fogo, NÃO à proibição de venda de armas; este sonoro NÃO reflete o pensamento individualista de cada um de nós, tomando para nós tarefa delegada nos termos da lei ao Estado. Como se com este NÃO estivéssemos dizendo também NÃO às atrocidades dos bandidos e seqüestradores, NÃO à insegurança, NÃO à violência... se fosse simples assim.

A proibição da venda de armas de fogo não iria solucionar os problemas apontados, mas seria apenas o primeiro passo neste sentido. Primeiro passo que agora fica mais difícil de ser dado, posto que a população foi consultada e optou pelo NÃO. Não pensamos que com este NÃO, dissemos SIM à mais armas vendidas de modo legal, o que aumenta as possibilidades de caírem em mãos erradas; dissemos SIM para o pensamento de faroeste que impera nos EUA, onde o "direito" de comprar, armazenar e usar uma arma de fogo está rapidamente transformando-se em um grande problema nacional. Finalmente, dissemos SIM para a força bruta, para a lei da selva, para a ignorância, para a falta de diálogo.

Quem tem que ter arma de fogo é a polícia, que só deveria utiliza-lá com parcimônia e critério; bandido, traficante e seqüestrador, uma vez identificados, cadeia neles.

Como pode a polícia distingüir rápidamente o cidadão de bem, armado em defesa própria, do bandido ? Pelo barulho dos tiros ? Pelo local do confronto ? Pela cor da pele ? Não há modo rápido, não há resposta segura; o mehor é o cidadão andar desarmado e a polícia fazer o seu trabalho.


Um comentário:

Anônimo disse...

NAO, nao sou favoravel ao desarmamento usado como um argumento romantico no combate a violencia. A ferramenta nao faz o homem, apenas facilita a que ele externalize seus desejos. Uma arma de fogo, uma arma branca, uma caneta, uma nota de prova, uma palavra ao ouvido e tudo estah feito. O desarmamento nao irah mudar a disposicao dos homens com homens.

SIM, sou favoravel ao desarmamento desde que ele inclua tambem a policia. A irresponsabilidade e a corrupcao da policia brasileira eh notoria. O Estado pode ateh ter o monopolio da forca e violencia fisica, mas infelizmente o entregou (tercerizou) a quem abusa de suas obrigacoes transformando-as em privilegios.