29 agosto 2006

Música para todos ?

Algo está mudando no mundo das grande gravadoras de música. Antes elas dominavam o pedaço com seus discos de vinil; depois, com a era do K7, puseram a boca no trombone dizendo que estavam irremediavelmente arruinadas, que qualquer um poderia copiar seus discos e nunca mais comprar-los. Os K7 nunca derrubaram as vendas de discos e a indústria fonográfica sobreviveu.

Veio a era dos compact discs e a indústria sorria de orelha a orelha, pois era um formato praticamente impossível de copiar no início, pois quem tinha 650 Mbytes sobrando ? Deixou de ser impossível. Veio um tal de PC, que conseguia copiar ipsis literis o CD, com algum esforço. Novamente as gravadoras começaram a chorar sobre o leite derramado, falando que aquilo era insustentável, enfim, que não conseguiriam sobreviver assim. Mas sobreviveram.

Finalmente, com a era do MP3 e do antigo Napster, parecia que realmente o modelo comercial das gravadoras havia chegado a um impasse: ou acionavam na justiça todos que achavam que eram piratas ou morriam. Mesmo perante o óbvio de que o consumidor havia mudado em função das novas tecnologias, a maioria das gravadoras ainda apegava-se ao velho modelo.

Mas havia um terceiro caminho, apontado por centenas de especialistas como sendo a salvação: desmembrar o velho mercado no qual se compravam pacotes fechados de música e permitir ao consumidor final a escolha livre do que e quando comprar conteúdo.

A Apple fez disso com um sucesso estrondoso, não preciso repetir aqui a história do iPod e da iTunes music store. Outras tentaram, algumas com relativo sucesso, outras empresas nem tanto.

Agora, lendo no aqui Boing Boing e aqui na Wired, vejo que um novo serviço chamado SpiralFrog vai tentar fazer algo impensável a algum tempo atrás: permitir downloads grátis de músicas protegidas pelo DRM PlaysforSure, da Microsoft, obrigando o usuário do serviço a logar-se pelo menos uma vez por mês e ver propaganda para que suas músicas continuem tocando.

Mas já havia lido alguns dias atrás, no Engadget, que o programa
FairUse4WM permite "exportar" músicas protegidas legalmente adquiridas para outros ambientes e players, sem o DRM.

Juntando dois mais dois, chego a mesmíssima conclusão que todos: então, vai ser música para todos, sem custo ? Ou há algo não explicado ? A indústria das gravadoras está novamente adaptando-se às novas tecnologias e ao mercado ? Como este modelo vai se sustentar ?

Como sempre, apenas o tempo vai dizer.




Um comentário:

Anônimo disse...

"Façamos a revolução antes que o povo faça"... não lembro quem pronunciou isto, mas parece ilustrar bem a situação. ;-)